domingo, 3 de junho de 2012

É cor de rosa choque

Por Juliana Ribeiro
Grafite de primeiro mutirão das Cores Femininas

Quem acha que mulher não se interessa pela arte do grafite é porque ainda não conhece o trabalho filantrópico do grupo Cores Femininas, fundado em janeiro deste ano, pela graffiteira Jouse Barata, especialmente para ala feminina que curte a cultura Hip Hop e quer se expressar através da arte.

O Cores Femininas é uma extensão do Cores do Amanhã, criado em homenagem a graffiteira Elaine Bonfim, tag “DonaCor”, uma das primeiras atuantes nas ruas do Recife, na década de 80, que, para Jouse, é uma referência histórica e uma inspiração para a vida “de sua arte aprendi que a mulher é mais do que casa e fogão, a mulher tem a força nas mãos”.


Percebendo a necessidade de fortalecer o trabalho das mulheres que faziam parte do grupo misto, a grafiteira afirma que notava as meninas envergonhadas e desunidas, “geralmente elas pintavam sozinhas”, e almeja “as mulheres precisam aparecer mais”, então fez um primeiro mutirão de grafitagem só para mulheres, em janeiro deste ano, do qual participaram dez graffiteiras pernambucanas, dando início ao trabalho do Cores Femininas, potencializando a mulher como protagonista em ações importantes para sociedade. 


  Foto: Cores Femininas
Primeiro mutirão recuperando o muro do Colégio Alberto Torres
         


Com objetivo de difundir o Hip Hop feito por mulheres, encorajar grupos culturais de bairros e incentivar a formação de outros, valorizar a cultura das periferias, fortalecer ações ligadas a meninas, mulheres e jovens do estado, elas saem as ruas e pintam o combate contra a violência à mulher e aos preconceitos ainda existentes no meio, principalmente o das famílias de graffiteiras, reivindicam direitos humanos e políticas públicas, pregam o amor, o bem comum, a paz, educação e a cultura. 


Foto: Cores Femininas
Arte feita por Jouse Barata, coordenadora do Cores Femininas
   


Hoje são centenas de grafiteiras, MCs, artesãs, DJs, fotógrafas, artistas plásticas e aprendizes adeptas ao movimento, espalhadas nas comunidades carentes do estado, que se comunicam através da internet e organizam reuniões para trocar experiências, palestrar, organizar mutirões de pintura, oferecer oficinas de arte gratuitas e divulgar o trabalho, claro. Recentemente laçaram um concurso de desenho para criação da marca ‘Cores Femininas’, oferecendo brindes e quantias em dinheiro para a vencedora “é um modo de chamar a atenção de cada vez mais mulheres que se interessam pela cultura Hip Hop e por trabalho social”  declarou Jouse Barata.

Um comentário:

  1. O Cores femininas foi a forma que achamos de fortalecer a mulher que faz Hip Hop em Pernambuco, uma junção de vários, grupos várias crew´s em prol de um unico objetivo, potencializar a mulher, como artista, como protagonista. Estamos muito felizes com o andamento do Grupo espero que mais meninas possam vir para somar com as ações...abração à todas!

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